domingo, 31 de janeiro de 2010
Racionalismo Crítico de Kant (incompleto)
O que posso saber? O problema do conhecimento verdadeiro
O que devo fazer? O problema ético
O que me é permitido esperar (se faço o que devo fazer)? O problema da religião
As questões da filosofia do conhecimento são as que põem o problema da:
· Origem do conhecimento (fontes)
· Possibilidade e natureza do conhecimento
· Valor do conhecimento reflecte sobre elas na crítica da Razão Pura
Uma via conciliatória
Perante a resposta de David Hume à possibilidade de conhecimento e à sua natureza que não passa a provável e de subjectiva, (cepticismo) e o racionalismo de origem cartesiana (dogmatismo), Kant tenta encontrar um meio-termo que procura conciliar, através de uma síntese o racionalismo o empirismo humano.
Kant ultrapassou a dicotomia resultante das 2 posições anteriores:
1. A fonte do conhecimento é a razão – Racionalismo
2.Todo o conhecimento tem origem na experiência - Empirismo
sábado, 23 de janeiro de 2010
O empirismo de David Hume
1.1 Existem vários tipos de percepção, por exemplo, quando pressentimos que uma pessoa está apaixonada não quer dizer que iremos partilhar do seu sentimento, não somos forçados a estar apaixonados só porque outra pessoa está. Existe também a percepção do que sentimos, como o quente ou o frio, e estas percepções diferem de pessoa para pessoa. E as percepções não são necessariamente diferenciadas.
1.2 As percepções são divididas em 2 tipos: Ideias ou pensamentos e Impressões. O primeiro caso retrata percepções menos intensas e vivas, já o segundo caso representa as percepções mais vivas (quando vemos, ouvimos, sentimos, amamos, … ), estas distinguem-se que no segundo aspecto referido nós temos o acto da reflexão, ou seja, tomamos um acto reflectido e lógico na acção cometida.
1.3 O nosso pensamento possui uma liberdade irrestrita, mas todas as matérias do nosso pensamento prendem-se com a nossa sensibilidade externa ou interna. Falando filosoficamente todas as ideias que o ser humano tem, ou as suas percepções mais fracas, são meras imitações das nossas impressões/percepções mais intensas.
1.4 Os nossos pensamentos são sempre cópias de algo, e são encaradas como ideias ou pensamentos, que foram copiados duma sensação ou sentimento precedente, vejamos com o exemplo, de Deus toda a ideia tem uma ideia generalizada que Deus é bom, algo que guia pessoas a nível universal, mas não há uma fonte que nos indique que isto é verdade.
1.5 Os nossos pensamentos estão também relacionados com os nossos órgãos, ou seja, existe uma relação entre eles. Por exemplo uma pessoa cega não tem noção das cores, porque não as vê, por isso não tem um pensamento formado, uma ideia, sobre as mesmas.
1.6 Há porém um factor contraditório, que toma por exemplo as cores. Uma pessoa pode conhecer várias cores, e saber que lhe falta uma, e deixa uma interrupção para a mesma, mesmo sabendo que nunca a poderá encontrar, mas pode usar o seu sentido para ter uma ideia dessa cor. O que significa que os casos anteriores podem ser contra dispostos.
1.7 A nossa mente não domina todas as suas ideias, (tais como as obscuras) então estas ideias facilmente confundidas com outras semelhantes. Pelo contrário as nossas sensações externas internas, as impressões, são fortes e vivas, a hipótese de cair em erro ou em engano são muito poucas. Tendo isto em conta podemos, justamente, eliminar toda a disputa que possa surgir acerca da sua natureza e realidade.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
O empirismo de David Hume
O empirismo é uma concepção que influencia certos pensadores dos séculos XVII e XVIII incutindo um sentido experimentalista.
Assim sendo esta corrente tem origem e deriva da experiência, rejeitando todos os elementos racionais a priori A razão não contém nenhum princípio ou ideia que não tenha como alicerce a experiência, ou seja não existem ideias inatas.
David Hume é o filósofo que consubstancia a concepção que mais influência terá no nosso pensamento.
Distinção entre impressões e ideias
Hume introduz uma distinção entre impressões e ideias, considerando as primeiras evidências fortes e vivas que provêm do conhecimento de uma realidade exterior.
Consequentemente as ideias são representações enfraquecidas e menos vivas das impressões do pensamento.
Deste modo conclui que as ideias resultam do trabalho do espírito humano sobre as impressões.
Relações de ideias e questões de facto
Além da distinção entre impressões e ideias, Hume distingue o conhecimento em dois tipos: conhecimento de relações entre ideias e conhecimento de factos.
As relações de ideias são de carácter intuitivo e correspondem ao trabalho da mente humana sobre si mesma. De certo modo têm a ver com a experiência, no entanto as ideias que formulamos já não são fundamentadas na experiência.
Por via da indução, chega aos primeiros princípios empiristas:
à Nada existe no nosso próprio espírito humano que não provenha da experiência.
à A partir das experiências podemos formular relações de ideias, no entanto a mente não recorre a estas.
O ser humano tem a ideia de Deus pois tem a impressão dessa ideia, conseguida através duma relação de ideias.
Relativamente às questões de facto, estas dizem respeito às nossas impressões actuais e às nossas recordações actuais de ideias passadas. A título de exemplo, quando eu vejo o sol, não vejo nada que me indicie que este está a nascer, no entanto como tenho a impressão destes dois fenómenos (sol e nascer) separadamente posso afirmar que o sol nasce a uma determinada hora.
Portanto, define-se relações de facto como as relações que o ser humano estabelece entre fenómenos que conhece separadamente, sendo esta relação a posteriori, pois é resultante da experiência.
O princípio da causalidade passa a ser entendido como a relação que o ser humano faz entre factos semelhantes ou sucessivos.
Principais críticas do empirismo ao racionalismo
à Critica o cepticismo em geral uma vez que esta posição de negar qualquer tipo de existência de conhecimento, impossibilita as pessoas de emitir qualquer opinião ou impressão.
à Critica o facto da dúvida universal não ser possível, no entanto Descartes usa-a, partindo do pressuposto que com ela é possível atingir um conhecimento verdadeiro. Hume considera a dúvida o último caminho para atingir um conhecimento verdadeiro.
à Num dado momento inverte a crítica, afirmando que para os empiristas toda a racionalidade provém dos sentidos. Uma vez que os sentidos são enganadores, não se deve confiar nestes e ainda não se deve perceber das coisas nada que não seja as próprias coisas.
O problema que D. Hume levantou e permanece até à actualidade como um problema real, é o da indução.
Equaciona-se nos seguintes termos: ao afirmar-se que a expectativa de ocorrências futuras similares aos casos singulares observados anteriormente decorre simplesmente de um hábito, e de crenças suscitadas pelo hábito, sem qualquer garantia racional ou lógica, levantam-se três dificuldades à investigação científica futura.
1. Levantou, em primeiro lugar, o problema da (i)legitimidade lógica da indução, ou seja, o problema da justificação lógica da passagem de enunciados particulares para enunciados gerais, o mesmo é dizer, o problema da ilegitimidade das leis científicas.
2. Levantou ainda o problema da validade dos juízos acerca do futuro e de casos desconhecidos, o mesmo é dizer, o problema da legitimidade das previsões científicas. As previsões pertencem aquilo que ainda não foi observado e não podem ser inferidas logicamente daquilo que já foi observado, porque o que acontecei não impõe restrições lógicas aquilo que acontecerá.
3. Levantou em terceiro lugar o problema da causalidade, ou seja, o problema da legitimidade da conexão causal entre acontecimentos. A ilusão da causalidade provém, segundo Hume, da confusão entre conjunção ou sequência de acontecimentos com a sua conexão causal. Na verdade p e q não é o mesmo que “p implica q”.
NB. O princípio da indução não se pode justificar apelando simplesmente à lógica. Assim sendo poderíamos supor que o indutivista derivaria a indução directamente da experiência, mas uma tal justificação é inaceitável porquanto incorre num circulo vicioso, uma vez que emprega o mesmo tipo de argumentação indutiva, cuja validade se supõe que necessita de justificação. Exemplo:
O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião X1
O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião x2
Etc.
O Princípio da indução funciona sempre
Infere-se desta forma uma conclusão universal que afirma a validade do princípio da indução a partir de uma certa quantidade de enunciados singulares que registam aplicações com êxito do princípio do passado. Portanto a argumentação é indutiva, e não se pode, pois, utilizar para justificar o princípio de indução. Não podemos utilizar a indução para justificar a indução. Esta dificuldade foi designada como “problema da indução”
Actividades de consolidação realizadas nas lições 59 e 60 (12/1/2010)
2- O que são conhecimentos de facto? Conhecimentos de facto são conhecimentos adqueridos à posteriori.
3-O que destingue essencialmente relações de ideias e conhecimento de facto? O que destingue essencialmente relações de ideias e conhecimentos de facto é que o primeiro é apenas uma impressão debil, enquanto segundo é um conhecimento adquerido à posteriori.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
O empirismo de David Hume
O empirismo de David Hume
O empirismo consiste em aceitar a experiência como única e exclusiva fonte do conhecimento.
Ø Impressões e ideias são o conteúdo do conhecimento
Impressões: São imagens e sentimentos que derivam imediatamente da realidade; são percepções vivas e fortes.
Há segundo Hume 2 espécies de percepções:
ü Impressões
ü Ideias
Os tipos de conhecimento:
Hume refere a existência de 2 tipos de conhecimento
Conhecimento de ideias (relação de ideias)
Conhecimento de questões de facto
Conhecimento de ideias (relações entre ideias)
Um triângulo tem 3 ângulos
Um objecto azul é um objecto com cor
25 é um terço de 75
Conhecimento de questões de facto
Amanhã vai chover
A neve resulta da descida acentuada da temperatura
O calor dilata os corpos
Os conhecimentos designados por “relações entre ideias” consideram-se a priori
Consistem na análise do significado dos elementos de uma preposição tendo em vista estabelecer relações entre as ideias que ela contém.
As “relações entre ideias” são preposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspecção do seu conteúdo.
Nota explicativa Muito embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é ao confronto com a experiência. O exemplo são as preposições lógico matemáticas não resolvem por si o conhecimento do que existe no mundo. Podemos apenas formar relações correctas entre ideias.
Conhecimento das questões de facto implica o confronto das proposições com a experiência
O valor de verdade das preposições tem de ser testado pela experiência, ou seja, temos de confortar as preposições com a experiência para verificar se elas são verdadeiras ou falsas.
Nota explicativa: A verdade ou falsidade de uma preposição factual só pode ser testada e determinada a posteriori. A verdade factual é contingente e a sua negação não implica contradição.
Relações de ideias | Conhecimentos de facto |
São conhecimentos a priori | São conhecimentos a posteriori |
As relações de ideias são verdades necessárias | A verdade das preposições de facto é contingente |
As proposições que exprimem e combinam relações de ideias não nos dão qualquer conhecimento sobre o que se passa no mundo | As preposições que se referem a factos visam descobrir coisas sobre o mundo e dar-nos conhecimentos sobre o que neste existe e acontece |
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Capítulo II: o conheci e a racionalidade científica e tecnológica
1) Os problemas de conhecimento
1.1 O que é o conhecimento?
A disciplina filosófica que responde a esta questão pode ser designada como:
Conhecimento Científico Palavras Iguais
Conhecimento genérico
Questões Principais:
Ø O que é conhecimento?
Ø O que podemos conhecer?
Ø Como alcançamos o conhecimento?
Como definir o conhecimento?
Podemos designar o conhecimento como o que se conhece ou o próprio acto do conhecer.
O conhecimento envolve uma relação sujeita/objecto.
· Cada uma das partes tem uma função específica e irreversivel:
· Sujeito apreende o objecto, criando na sua consciência imã imagem do mesmo.
· Ao objecto a função de ser apreendido pelo sujeito.
Mas então o que é o conhecimento?
Ø São frequentemente usados como equivalentes do conhecimento as expressões “crer” e “saber”.
A definição padrão do conhecimento diz que o conhecimento é crença verdadeira justificada.